Uma mulher bate palmas à frente de uma casa, em Castanheira, e no celular mostra a fotografia de seu cão. Desde a passagem de ano ele fugiu, desesperado com o incômodo dos fogos, ausente na celebração da Prefeitura, mas usados por muitos, em suas residências.
Em Juína e em quase todos os lugares a cena se repetiu, pois é sabido que fogos de artifício e cães não combinam, sendo extremamente complicado resolver isto.
Zé Ramalho, ao compor “Vida de Gado”, bem que poderia ter feito a metáfora do sofrimento se utilizando do cão, pois este, descrito como melhor amigo do homem, nem sempre tem no homem o melhor amigo.
A angústia com os fogos, cujos ruídos ferem seus ouvidos sensíveis, é pouca coisa comparado ao que acontece com ele na China, Índia, Vietnã, Camboja e Filipinas e “ainda” Coreia do Sul, onde é “aceito” para consumo, ou seja, como carne para o churrasco e outras variedades culinárias.
Da Coréia vem a boa notícia de que a prática milenar vai ser proibida. Nesta semana o parlamento aprovou a medida, que só passa a ser cobrada, integralmente, contudo, como medida definida em lei, a partir de 2027. Para a alegria canina, vai haver prisão e multa para os infratores.
Quando em outra ponta, muitos criticam o exagero com que muitos cães são tratados – “melhor do que gente”, dizem – talvez, se pudessem falar, eles diriam que apenas gostariam de ser cães, revelando aos homens o amor que eles poderiam retribuir, repensando certas práticas.
Em tempo: o cão de Dona Maria foi encontrado! Estava magro e assustado, oito dias depois.
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