Os últimos dias foram de despedidas, em Castanheira e Juína, para Erotides Nunes Rios, 79, que estará deixando a região, depois de algo em torno de três décadas. Um dos últimos momentos foi neste domingo, 05, na Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil, IPCB, no Bosque da Saúde, em Castanheira.
Tidinho, como é conhecido no círculo mais próximo, construiu parte de sua história na Fazenda Viçosa, de seu pai, Dario Brasileiro Rios e, ultimamente, no Sítio Capixaba, de sua propriedade, ambos em Castanheira.
Homem de fé, terá seu nome – e de seu pai – contado entre os pioneiros da Igreja Presbiteriana do Brasil em Castanheira, que o homenageou na última semana. Consta dos anais que foi dos pioneiros da IPB, num grupo composto por Dilson Brasileiro Rios, Alcebíades Neto Figueiredo Rios, Alécio Gonçalves Rios, nomes que mostram a força da família Rios no município. Em Juína foi membro da Igreja Casa de Oração.
Homem de fé, era indicado para ser o superintendente da Escola Dominical, da IPCB, da qual fazia parte, recentemente. Mas, como embora o coração do homem faça planos, no caso da fé cristã acredita-se que a resposta certa vem de Deus, este que é um sonho antigo – pois nunca ocupou a função – não se concretizará.
Erotides ou Tidinho deixa a região “com muita tristeza”, como revelou ao Juína News, mas por um motivo histórico conhecido na região. Ele é um sobrevivente de duas tragédias nas estradas.
Em 11 de junho de 2022, uma caminhonete que dirigia, um Toro, chocou-se na ponte da saída de Juína para Castanheira. Sua esposa, Luzia, faleceu no local. Tidinho e uma neta sobreviveram.
Em 02 de fevereiro deste ano, nas proximidades de Carlos Chagas, Minas, ele viajava com o filho, Sesley Ferreira Nunes, de 49 anos, motorista da Secretaria de Saúde de Juína, e outra neta, quando uma outra caminhonete Toro, dirigida por Sesley, chocou-se frontalmente, com um caminhão. Sesley também morreu no local. Tidinho e a neta tiveram graves ferimentos, mas sobreviveram.
Do primeiro acidente, Tidinho, uma semana antes de viajar para Minas, chorou, ao ser visitado por um grupo de pastores da IPCB, falando da saudade que sentia de sua inseparável companheira, conhecida em Castanheira pela arte na costura. Do segundo acidente, lembrou, neste domingo, que viajaram felizes, para visitar amigos e familiares no Espírito Santo. Esta tragédia acrescentou dor a dor.
“Com certeza tá doendo, muito, mas Tidinho é forte, e, crendo na soberania de Deus, há de continuar lutando pela fé cristã”, observou, em determinado momento, no sermão da noite, sob o tema “Como glorificar a Deus no sofrimento”, com base no livro bíblico de Jó, capítulo 1, versículo 21, o pastor e jornalista Vivaldo S. Melo.
Tidinho é natural de Miguel Calmon, Bahia. “Me criei em Montanha, no Espírito Santo e vim para Mato Grosso na década de 90”, lembra. Sua nova morada será em Vitória, no Espírito Santo, onde residem alguns familiares. Antes, porém, de se estabelecer, vai ficar um tempo em Macaé, Rio de Janeiro, com um dos filhos, Samaro. Deixa saudades, e o nome na história.