Foi realizada na noite desta terça-feira, dia 07, uma audiência pública com a participação de autoridades municipais e estaduais, pais, alunos e comunidade escolar para debater e dialogar sobre a implantação da Escola Militar - Projeto Tiradentes, da Polícia Militar.
Durante a audiência foi apresentada aos presentes o projeto da escola que deverá funcionar já em fevereiro de 2022 (assista a matéria).
Em entrevista ao Juína News, Saulo Scariot, Superintendente de Relacionamento Escolar da SEDUC, falou sobre o objetivo da audiência e foi questionado sobre a diferença entre Escola Militar e Escola Cívico-Militar.
“Existe uma grande diferença entre ambas. Escola Cívico-Militar é de iniciativa do Governo Federal, por parte Forças Armadas do Exército, em que se mantêm toda a organização da escola, o diretor mantém civil, apenas com a presença de um corpo militar disciplinar na escola por tempo determinado, no período de 2 anos ou enquanto a comunidade desejar. É um projeto de pacificação de unidade vulnerável. Já com relação à Escola Militar, sabemos que a indisciplina dos alunos hoje é um dos grandes desafios para a Educação no país. O modelo vem com o objetivo de erradicar esse tipo de situação, vez que é um modelo de ensino que visa trabalhar questões de hierarquia, de respeito às autoridades, valores que se traduzem no melhor comportamento em sala de aula e na vida, além de valores éticos e morais que formam um cidadão de acordo com as orientações e padrões do meio militar. A Escola Militar será uma escola tradicional, do Projeto Tiradentes e se perpetuará enquanto a escola existir”.
Perguntado sobre a possível mudança no nome da instituição escolar, o porta-voz do governo declarou que não haverá mudanças, apenas um acréscimo.
“Manteremos a história da unidade escolar. O nome da escola não mudará, continuará o mesmo, mas será acrescentado o título Escola Estadual Militar Tiradentes Padre Ezequiel Ramin”, finalizou.
Alessandro Arzani, Diretor da E. E. Padre Ezequiel Ramin falou sobre as mudanças na escola com a implantação da Escola Militar:
“Com a adoção desse modelo de gestão escolar, a direção da escola passa a ser de responsabilidade de um militar. Além disso, a escola recebe um corpo técnico de oficiais que vão cuidar da parte disciplinar e cívico da escola. Como a escola atende as séries iniciais do ensino fundamental, ensino médio, EJA e o sistema prisional, funcionado em três turnos, com a implantação do método militar, as séries iniciais do 1º ao 5º ano do ensino fundamental deixarão de ser atendidas e serão municipalizadas. Além disso, outras modificações também serão feitas, deixando de atender às modalidades de ensino EJA e a sala anexa CDP – Centro de Detenção Provisória, além de não funcionar no período noturno”, destacou.
Em entrevista também a este site, o Ten. Cel. PM. Corrêa Jr., Coord. Escolas Militares do Estado de Mato Grosso, falou sobre a importância da implantação da Escola Militar em Juína.
“A vinda da Escola Militar para o município de Juína é mais uma opção de forma de ensino dentro do município. Um modelo diferente de gestão escolar. Os professores e educadores serão mantidos. Os mesmos profissionais da rede de ensino do estado continuarão dentro da escola e são eles que nos ajudarão na missão de tentar trazer uma formação melhor para o cidadão juinense!”, declarou.
Embora seja um modelo de ensino que busca contribuir com o desenvolvimento do município, Josué Santos, pai de alunos da rede estadual de ensino, fala sobre as dificuldades que ele terá com essas mudanças.
“Não facilitou a nossa vida! Trabalho na área de construção e pra sair daqui pra levar um aluno no módulo 6 e depois voltar no módulo 4 pra trabalhar, é complicado!”, pontuou.
Nesse primeiro ano (2022) serão ofertadas aproximadamente 500 vagas na Escola Padre Ezequiel Ramin. Os alunos interessados nessas vagas devem acessar o site da Seduc e efetuar um pré-cadastro e não existirá um processo seletivo para o ingresso na Escola Militar nesse primeiro momento.