O Paço Municipal de Juína foi tomado na manhã desta segunda-feira, 03, por um público diferente. Representantes de pais e alunos estiveram no local, realizando um protesto pacífico contra as medidas do Governo do Estado, em transferir, cerca de 50 estudantes da Escola Estadual Antônio Francisco Lisboa para a Escola Estadual Dr. Arthur Antunes Maciel.
A medida, anunciada no final do ano passado, como parte do redimensionamento da educação no Estado, transferindo os alunos daquela escola rural, na linha 05, para uma instituição do perímetro urbano, já foi alvo de um primeiro protesto, em seu próprio espaço físico, quando os moradores citaram os transtornos no cotidiano especialmente para as crianças.
Nesta manhã, a aluna Ana Clara, do grupo com ano escolar agendado para a cidade, lembrou que o drama já existente para muitos deles, que chegam a levantar às 03h30 da madrugada para esperar o ônibus escolar que opera na linha, vai ser ampliado, aumentando a angústia, pois as estradas, segundo ela, não estão boas, com muitos atoleiros nesta época do ano.
Citou também a separação que a medida vai trazer, pois as crianças mais novas, continuarão na Escola Francisco Lisboa e precisam dos cuidados dos irmãos mais velhos. É o seu caso, pois fará o 1º ano. Tendo uma irmã pequena, mais nova, haverá uma ruptura nas relações escolares diárias, com reflexos negativos para ambas.
Entre os pais, Manoel José de Jesus Botelho, Maria Claros de Lima e Lúcia Elisbão de Souza, pensam concordemente na necessidade das crianças e alunos de todas as turmas permanecerem no campo, pois a Escola tem qualidade. Lembram a ampliação do sacrifício que fazem, numa rotina entediante, que começa na madrugada, envolve a circulação em estradas ruins, segundo elas, e termina com a separação de vínculos, já que faz parte da cultura local os maiores cuidarem dos menores.
Atendo ao movimento e recebendo os manifestantes, o Secretário de Educação de Juína, professor Ericson Leandro observou ser importante dar apoio e legítimo o direito dos que não concordam se manifestar. “Temos que respeitar a comunidade, mas também pensar numa educação de qualidade”, afirmou, destacando que o município está fazendo a sua parte, cuidando do ensino na Escola Francisco Lisboa, até o 5º ano, como consta no acordo com o Estado, e transportando os alunos que queiram estudar no Arthur.
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