Um imbróglio que se arrasta desde 2007 no município de Juína, MT, está prestes a ser resolvido. Trata-se da regularização fundiária requerida pelos ocupantes de área da Fazenda Taciana denominada Chácara Paraíso, lotes 82 a 83, situação que tem gerado vários capítulos entre a esperança de uma solução, alimentada por atos como dois decretos do Estado em 2014 e 2018, e o desalento, com a possibilidade de reintegração de posse.
A boa notícia é que uma equipe do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) encontra-se em Juína para fazer um levantamento da área, conhecida como Vale do Juinão, visando assentar as 133 famílias e garantir a permanência delas em definitivo, medida possível depois de audiência recente na Assembleia Legislativa entre as partes envolvidas e o governador Mauro Mendes.
Segundo o advogado da Associação Vale do Juinão, Dr. Alan Jhones, os governos do Estado e Federal estão empenhados em resolver a demanda, que envolve o pagamento indenizatório da área pelo Governo de Mato Grosso com reembolso posterior do Governo Federal.
“O gestor de hoje é diferente e está disposto a fazer o certo”, destaca Alan, se referindo a Mauro Mendes, ao lembrar as idas e vindas em gestões anteriores, criando expetativas até com atos de lançamento que não se cumpriram.
Em entrevista ao Juína News ele pontuou o problema social que a desapropriação traria, uma vez que os residentes no Vale do Juinão ao longo do tempo construíram suas casas e atuam na produção de gêneros alimentícios como galinhas e porcos. “Seria um caos social, pois muitos não teriam para onde ir”, destaca. O avanço dos atos administrativos e judiciais, depois de 18 anos, indica que agora “tudo vai dar certo”, avalia.
Conforme já notíciado pelo Juína News, a comunidade do Vale do Juinão desempenha um papel fundamental na economia local, especialmente com a produção de leite e hortaliças. Com uma produção semanal de mais de 22 mil litros de leite, a área se tornou uma importante bacia leiteira da região. Além disso, muitas famílias acessaram o PRONAF para financiamento de vacas e matrizes, consolidando o caráter produtivo da ocupação.
A permanência das famílias no local é crucial para evitar uma crise social na região. "São 133 famílias que dependem da terra para sobreviver. A retirada dessas pessoas causaria um caos, pois muitos não têm para onde ir", ressaltou a defesa dos assentados.
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