NUGJUR (Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa) do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, CEJUSC (Centro Judiciário de Solução de Conflito e Cidadania) de Juína e SMEC (Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Juína), promovem nesta semana Formação em Justiça Restaurativa – Facilitadores em Círculo de Construção da Paz – Projeto “Educar Para Pacificar”.
A formação, que tem como foco inicial a educação, busca formar professores e profissionais da rede pública para resolver conflitos por meio do diálogo, da responsabilização e da reparação de danos, indo além da simples punição.
Para o juiz coordenador do CEJUSC em Juína, Dr. Patrick Coelho Campos Gappo, a Justiça Restaurativa é uma ferramenta essencial para evitar violência e promover uma cultura de paz desde a infância. "O benefício principal é ensinar técnicas para resolver conflitos, buscando alternativas à punição. Com essa formação, os professores poderão aplicar essas práticas em sala de aula, fazendo com que crianças e adolescentes cresçam com valores como diálogo e solução negociada", explica.
O secretário de Educação, Ericson Leandro De Oliveira, destaca a importância de expandir o projeto para outras áreas da gestão pública. "A escola é um lugar de conflitos, e essa formação vai ajudar a resolvê-los de forma pacífica. Mas a ideia é levar esse aprendizado para toda a rede pública, incluindo saúde e assistência social, para que todos os setores possam atuar na construção da paz", afirmou.
A instrutora Ana Tereza Pereira Luz, responsável pelo curso, ressalta a quebra de paradigmas proposta pela Justiça Restaurativa. "Trabalhamos o autoconhecimento primeiro, para que as pessoas se entendam como seres humanos e enxerguem o outro com empatia, reconhecendo erros, necessidades e vulnerabilidades", disse.
A capacitação também tem chamado a atenção de profissionais de outras áreas, como a 3ª Sargento PM Wanderleia, que vê na Justiça Restaurativa uma alternativa mais eficaz que os métodos tradicionais. "Percebemos que a forma convencional de fazer justiça nem sempre traz bons resultados. Aqui, aprendemos ferramentas valiosas para construir uma cultura de paz", compartilhou ao Juína News.
Já Ana Paula Costa Dias, diretora da Escola Maria Ilda, e Marcos Rodrigues de Souza, do Núcleo de Inteligência de Segurança Escolar, destacam a aplicabilidade do conhecimento no cotidiano. "Queremos levar esses aprendizados para a escola, melhorando a resolução de conflitos", afirma Ana Paula. Marcos completa: "Essa formação veio a calhar para nossa atuação profissional, ensinando como agir diante de situações desafiadoras".
Com três dias de atividades teóricas e práticas, incluindo círculos restaurativos, o curso representa um investimento em uma sociedade mais pacífica e dialógica – começando pelas escolas, mas com a ambição de transformar toda a gestão pública de Juína.
“Para a comunidade, a formação em Justiça Restaurativa significa a promoção de uma cultura de convivência pacífica, respeito mútuo e responsabilização.
Para o sistema de Justiça, ela representa uma alternativa eficiente à punição tradicional, contribuindo para a redução da sobrecarga dos tribunais, promovendo resolução de conflitos mais duradoura e fortalecendo os laços sociais.
Facilitadores bem treinados podem atuar como mediadores de conflitos, contribuindo para uma sociedade mais justa e equilibrada. Disseminando esse aprendizado nas escolas busca-se uma maximização de seus efeitos”, concluiu o magistrado Patrik Gappo.
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