Juína/MT, 15 de Julho de 2025
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15 de Julho de 2025

Juína Quarta-feira, 09 de Junho de 2021, 13:41 - A | A

Quarta-feira, 09 de Junho de 2021, 13h:41 - A | A

UTI de Juína se pronuncia sobre suposta recusa de paciente indígena que veio a óbito

Juína News

Na última sexta-feira (04), a indígena da etnia Manoki de Brasnorte (localizada a 158km de Juína), Maria Ilda Tipiuci, de 46 anos, que estava com diagnóstico inicial de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e sintomas de complicações da Covid-19 acabou vindo a óbito.

Relembre o caso: Morre indígena que sofreu AVC e foi recusada por hospital em Juína

Após a notícia do óbito da paciente, foram levantadas suspeitas e até noticiado que a UTI, localizada em Juína, teria recusado a internação da paciente e que a mesma teria passado mais de duas horas dentro da ambulância em frente à unidade de saúde aguardando.

Com o intuito de entender toda a situação, o Juína News entrevistou a Coordenadora Administrativa da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e do Hospital São Lucas, Elda Boscovi. A coordenadora esclareceu que a unidade não recebe casos de unidade intensiva de pacientes com Covid-19, apenas casos gerais de outras complicações. “Não houve recusa, houve a obediência a um protocolo estabelecido pela Organização Mundial da Saúde, de não colocar pacientes com suspeita de Covid em uma UTI geral. E a nossa UTI é geral e não UTI Covid”, destacou ela.

Elda ainda ressaltou que no dia, haviam nove pacientes internados na unidade de terapia intensiva (UTI), pacientes esses com outras doenças e não com Covid. “Foi feito uma tomografia nessa paciente e o laudo ficou inconclusivo. Nesse caso, a orientação da OMS é de um caso suspeito, você não pode aceitar.  Se você põe essa paciente dentro da unidade e ela tem Covid, vai atingir os nove pacientes que não estão. Então o que foi pedido? Foi pedido que tivesse certeza, e aí tem todo um protocolo, um procedimento”, destaca ela.

Questionada sobre a espera da paciente dentro da ambulância, por duas horas, a coordenadora destacou a Srª Maria Ilda, ficou aguardando o laudo da tomografia, que seria enviado pela empresa responsável pelas imagens. “Ela foi fazer a tomografia e o pessoal da tomografia, não entregou laudo, mandou só as imagens para o médico. Mas o médico após ver os pulmões dela, viu que estavam tomados”, apontou ela.

Elda ainda disse que por conta das imagens, o médico não pode aceitar, respeitando os protocolos e também para não prejudicar os nove pacientes internados na UTI. “Procuramos trabalhar seguindo a regulação da Organização Mundial da Saúde, que nesse momento de pandemia, é uma questão delicada, mas somos obrigados a seguir as normas. Então não tem como, estaríamos sacrificando nove pacientes, caso ela entrasse com Covid-19.

Nós estamos sempre disponíveis, sempre trabalhando como seriedade, e jamais negligenciarmos qualquer paciente”, finalizou ela. A Coordenadora destacou ao fim, que o melhor cenário para o tratamento da Srª Maria Ilda, seria o encaminhamento direto para o centro de tratamento do Covid.

Na manhã desta sexta (04), o hospital de Brasnorte apresentou novos exames e conseguiu comprovar que a paciente não tinha suspeita para Covid-19; a vaga foi novamente liberada.

Após dois dias, a equipe médica recebeu a notícia de que ela havia sido regulada para uma UTI, novamente em Juína. Mas, já com a saúde agravada, Maria morreu antes de ser levada ao hospital onde já havia sido supostamente recusada.  

A Funai em Juína e representantes da Sesai de Brasnorte foram procurados pela reportagem, mas não quiseram se posicionar sobre os fatos.

Porém a Secretaria Estadual de Saúde se manifestou através de uma nota.

Leia nota da Secretaria Estadual de Saúde na íntegra

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) esclarece que a solicitação de vaga para a paciente M.I.T. foi feita às 18h da quarta (02) e a vaga foi cedida às 9h do dia seguinte, em UTI geral, no município de Juína. Em nenhum momento foi reportada suspeita de Covid-19 para a equipe de regulação.

No entanto, por medida de biossegurança, o hospital que recebeu a paciente realizou exames de detecção da Covid-19, sendo que a tomografia deu inconclusiva. A unidade não aceitou a paciente, que retornou para o hospital em Brasnorte. Na manhã desta sexta (04), o hospital de Brasnorte apresentou novos exames e conseguiu comprovar que a paciente não tinha suspeita para Covid-19; a vaga foi novamente liberada.

A regulação estadual trabalhou para fornecer a assistência necessária, conforme a avaliação médica. O esclarecimento quanto à decisão de receber ou não a paciente deve ser prestado pela unidade hospitalar de Juína.

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