O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou nesta quinta-feira (10) ter assinado um acordo com o fundo soberano russo para a compra de 20,6 milhões de doses da vacina Sputnik V. Esse é o 3º assinado pelo país, que já tem contratos com o laboratório AstraZeneca e a aliança internacional Covax.
"Com esse contrato, vamos poder contar com as doses suficientes para vacinar, entre janeiro e fevereiro, cerca de 10 milhões de argentinos e argentinas", disse Fernández em entrevista coletiva na Casa Rosada, sede do governo argentino.
O país deve receber o primeiro lote com as vacinas ainda neste ano: serão 600 mil doses da Sputnik V, segundo o presidente da Argentina. Ele disse que, com essa quantidade de imunizante, será possível vacinar pelo menos 300 mil pessoas.
"Também em janeiro vamos receber doses suficientes para vacinar 5 milhões de pessoas e em fevereiro se completará o resto da entrega com as doses necessárias para alcançar a vacinação de 10 milhões de pessoas, que estamos prevendo", disse Fernández.
Contrato preferencial
O acordo feito entre o governo argentino e o laboratório russo tem uma cláusula que garante ao país sul-americano a preferência na compra de futuras doses da Sputnik V. Fernández explicou que isso pode garantir para a Argentina mais 10 milhões de doses em março, caso as outras já compradas atrasem sua entrega.
Mas antes de ser aplicada em toda a população do país, as vacinas precisam ser aprovadas pela Agência Nacional de Materiais Controlados (ANMaC), órgão semelhante a Anvisa no Brasil. Fernández disse que uma equipe de especialistas da agência viajará para a Rússia, na próxima semana, para vistoriar o centro de produção e envasamento da Sputnik V.
"As pessoas levantam muitas dúvidas sobre a qualidade científica da Rússia, mas o instituto que desenvolveu a vacina, é um instituto que tem vários prêmios Nobel na sua equipe de pesquisadores", disse Fernández. "E para acabar com todas as dúvidas, assim que a vacina estiver aqui, o primeiro a se vacinar serei eu."