A Justiça de Sinop remarcou para 10 de novembro a data do julgamento dos dois acusados de envolvimento no assassinato da enfermeira Zuilda Correia Rodrigues, 43 anos, ocorrido em setembro de 2019. Irão a júri popular o ex-marido da vítima, Ronaldo Rosa, e o ex-policial militar Marcos Vinicius Pereira Ricardi, de 26 anos.
Inicialmente, conforme decisão assinada em março deste ano, o julgamento seria no dia 18 de agosto. Porém, a defesa apontou que algumas diligências determinadas pela Justiça de Sinop ainda não foram cumpridas e que, desta forma, restaria um prazo curto para análise. Uma dessas diligências era o exame solicitado à Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) para saber se o material genético encontrado embaixo das unhas da vítima era compatível com algum dos suspeitos.
Em julho, o laudo ainda não havia sido feito e a Justiça de Sinop determinou a expedição de um novo ofício à Politec para reiterar a “necessidade” do documento. Com isso, o julgamento havia sido remarcado para o dia 27 de outubro deste ano. Agora, foi novamente remarcado porque o documento pericial foi anexado ao processo fora do prazo. Ambos os acusados seguem na cadeia.
No ano passado, os desembargadores da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça mantiveram inalterada a sentença proferida pela juíza Débora Roberta Pain Caldas, que determinou que Ronaldo e Marcos fossem levados a júri popular. A magistrada decidiu, ainda em 2020, que a dupla deveria ser julgada por homicídio qualificado, cometido de maneira cruel, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e contra mulher em razão do gênero (feminicídio).
No caso do policial militar, ela acrescentou ainda uma qualificadora de crime cometido supostamente mediante recompensa. Por outro lado, para o marido da vítima, ela acrescentou a qualificadora do motivo fútil. A juíza também pronunciou os dois por ocultação de cadáver.
Conforme Só Notícias já informou, o esposo de Zuilda foi preso, em outubro de 2019, no Camping Club. Na única declaração que deu à imprensa, ao ser conduzido à delegacia pelos investigadores, disse ser inocente. Os policiais o monitoraram por cerca de 10 horas e estavam com mandado judicial para prendê-lo. Durante o interrogatório, ele permaneceu em silêncio.
O policial – que posteriormente acabou sendo desligado da PM – foi o primeiro a ser preso e revelou que o corpo da enfermeira havia sido jogado em uma tubulação, nas proximidades do centro de eventos Dante de Oliveira. Confessou ainda ter participado do espancamento que resultou na morte de Zuilda. Ele acusou o marido da enfermeira de também ter cometido as agressões.
O esposo de Zuilda tinha um ponto de venda de espetinhos, no centro da cidade, onde o policial militar trabalhava fazendo entregas, uma vez que estava afastado da corporação. Conforme a versão inicial apresentada pelo militar, a tentativa seria dar um susto na enfermeira simulando tentativa de assalto e a situação teria saído do controle.
Zuilda era funcionária de um hospital e desapareceu no dia 27 de setembro de 2019. Ela foi velada e sepultada em Sinop.
Só Notícias/Herbert de Souza