O Programa de Policiamento Patrulha Maria da Penha - um serviço desenvolvido pela Polícia Militar na cidade de Juína, e Castanheira completou em março 01 ano de sua implantação no 20º batalhão. A comandante da guarnição cabo PM Wanderleia, em entrevista falou dos resultados alcançados nestes 12 meses de trabalho.
Segundo a cabo Wanderleia, a polícia tem um balanço bem positivo durante o primeiro ano da implantação da Patrulha “Maria Da Penha” na região, destacando que no ano de 2021 foram recebidos cerca de 169 medidas protetivas, onde 58 vítimas aceitaram o acompanhamento da patrulha enquanto outras 35 dispensaram o acompanhamento e outras 17 chegaram até mesmo a retirar as medidas alegando os mais diversos motivos, e outras 19 mulheres se mudaram da cidade para manter distancias dos agressores, e no ano passado foram finalizados o acompanhamento de 12 vítimas que tiveram seus problemas solucionados.
A policial militar destacou que no momento existem mais 74 mulheres sendo assistidas pela patrulha “Maria Da Penha” e recentemente mais 05 medidas foram enviadas para que as vítimas aguardam pelo primeiro atendimento, sendo que no primeiro trimestre de 2022 que ainda não foi concluído, foram recebidas mais 45 medidas protetivas, entre as quais 23 mulheres aceitaram o acompanhamento da patrulha, 17 recusaram o atendimento, e 03 vítimas disseram que iriam retirar o pedido de medidas, seguidas de 03 que se mudaram da cidade, restando ainda 03 finalizações de acompanhamento de vítimas do ano de 2021 que encerraram o acompanhamento devido não haver mais necessidade de proteção.
A policial comemora e ressalta que nesse período de atuação da patrulha Maria da Penha nenhum crime de feminicídio foi registrado na cidade em desfavor das vítimas assistidas pelo programa.
Duas mulheres que foram vítimas de seus ex companheiros e que hoje são assistidas pelo programa da polícia Militar concederam entrevista, porém seus nomes não são serão revelados a fim de preserva-las. Começaremos com o caso da mulher que teve seu relacionamento de 16 anos, ela explica resumidamente que resolveu procurar ajuda, uma vez que as conversas com o ex-companheiro já não surtiam mais efeito, porém, mesmo confiando na justiça a vítima teme que algo de ruim ainda pode lhe acontecer, mas disse se sentir amparada e sempre que necessário ela irá procurar a polícia, o ministério público e os órgãos de proteção, e após o descumprimento da medida protetiva do ex-companheiro, a vítima acionou a polícia, porém as sequelas que abalaram a filha de apenas 13 anos são irreparáveis, tendo que buscar ajuda médica para a menina e espera que o ex-companheiro e pai de sua filha se afaste de vez, dando uma sensação de paz e tranquilidade para a famílias.
Uma outra vítima que também não quis ser identificada, descreveu o início de seu relacionamento de 06 anos, onde chegou a ter um filho com o agressor, que após a separação e ter ido embora de casa, se incomodou ao saber que a vítima havia seguido em frente e buscado uma vida nova, passando a ameaça-la, que decidiu tomar providências uma vez que o ex-companheiro usava o filho para atingi-la, e por diversas vezes ligava e a humilhava, como também ameaçava seus familiares, e diante dos fatos a mesma reconheceu que muitas mulheres necessitam dessa medida, que mesmo com as ameaças dos agressores ela acionou a patrulha “Maria Da Penha” que através de um contato com o suspeito, conseguiu entrar num entendimento bastante eficaz e por um ponto final nas ameaças transparecendo a importância do trabalho em rede, da união de esforços de órgãos públicos e entidades privadas, como vem ocorrendo em Mato Grosso, nesse atendimento às vítimas de violência doméstica.
A Cabo PM Wanderléia reforçou as recomendações para que as vítimas que estejam sofrendo agressões sejam físicas, psicológicas, e de outras formas que procurem a Polícia Militar pelo telefone 190, ou a Polícia Civil via 197 e busque ajuda registrando um boletim de ocorrências e pedindo medidas protetivas que serão acompanhadas pela patrulha “Maria Da Penha”.
Ana Paula Miranda, assessora técnica da secretaria de assistência social confirma que há um trabalho em rede, uma união de esforços que acompanha essas vítimas, onde a equipe técnica do CREAS tem acompanhado as mulheres vítimas da violência, encaminhado aos serviços de saúde quando houver necessidade, e também inclusão em serviço sociais, qualificação profissional e todos os mecanismos para fazer com que essas mulheres encontrem a superação e voltem a ter uma vida normal.
Lembrando que no Brasil existe a Lei 11.340/2006, Lei Maria da Penha, que surgiu em 7 de agosto de 2006, e veio para criar mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
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