Na tarde do último sábado dia 03 de julho, familiares Clarice Vieira De Novaes, de 53 anos, que foi encontrada morta no bairro Padre Duílio, em Juína, MT, acionaram o Juína News após a médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) não assinar a declaração de óbito da vítima, fator que impedia os familiares de realizar os procedimentos fúnebres.
Mulher é encontrada morta em Juína e sem atestado de óbito assinado por médica corpo não é liberado
O corpo da senhora Clarice encontrado próximo das 10h permaneceu até as 18h55 dentro da ambulância em frente de sua casa, depois de muita insistência, ligações e humilhações da família que buscavam uma alternativa para que o corpo fosse liberado do local.
Sem declaração de óbito, corpo de mulher permanece na ambulância em Juína
Familiares e amigos ficaram completamente revoltados e indignados com tamanho descaso e desrespeito.
Em busca de uma resposta e informação mais detalhada do caso, o Juína News conversou com a perita Ana Sofia Alves Paiva da POLITEC, regional de Juína, que foi acionada como perita de local, uma vez que as informações preliminares era que se tratava de um homicídio, fator que foi descartado pela profissional ao chegar no local e constatar que não havia marcas de violência no corpo da vítima, sendo observado que se tratava de uma morte natural.
A perita explicou que no caso de morte natural a Declaração de Óbito (D.O) é de responsabilidade da secretaria de saúde do município, cabendo ao órgão enviar um profissional médico que possa assinar a declaração de óbito, e que devido a unidade básica de saúde do bairro estar fechada devido ser um dia de sábado, a ação seria de um médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou até mesmo do hospital municipal de Juína.
Ana Sofia falou ainda que no dia dos fatos, houve um acidente com uma vítima fatal, sendo a vítima do acidente foi liberada antes da senhora Clarice que havia contraído óbito ainda na parte da manhã.
Em caso de morte violenta, o corpo da vítima é levado para a o Instituto Médico Legal (IML) e passa por um laudo de necropsia que é realizado por um profissional médico para descobrir a causa morte, porém, o caso da senhora Clarice do Bairro Padre Duílio, não havia indícios de homicídio, sendo que uma equipe do SAMU já havia ido ao local e constato o óbito, cabendo ao sistema municipal de saúde se responsabilizar pela declaração de óbito no local para liberação do corpo.
Devido a um decreto do governo estadual, o IML não pode receber vítimas de morte natural, uma vez que a unidade não possui o kit para fazer o teste rápido da Covid-19 e nem produtos para se fazer uma higienização adequada do local que atualmente é higienizado apenas com água sanitária, ficando inviável receber vítimas de morte natural em tempo de Pandemia.
A perita disse ainda que na ocasião conversou com a diretora da UPA 24 horas e explicou todos os procedimentos, e não pode acompanhar o desfecho do caso devido a um outro acidente com vítima fatal ocorrido no início da noite do mesmo dia.
A secretaria municipal de saúde ainda não se pronunciou sobre o assunto.