Líder da organização criminosa acusada de aplicar R$ 400 mil em golpes online estava preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CRC), cumprindo pena por tráfico internacional de drogas, quando teve o celular apreendido. Foi com base nesse aparelho que a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) descobriu o esquema de estelionato que ele comandava de dentro da cadeia.
Em coletiva, o delegado Guilherme Belão explicou que após o celular ser apreendido, todo o material foi analisado e resultou na descoberta do esquema. Na operação deflagrada nesta quinta-feira (7), 13 pessoas foram alvos, sendo que 12 foram presas. 5 são envolvidos diretamente com o crime e 8 indiretamente.
“Ele estava preso em 2019 e durante uma revista, o celular foi encontrado e apreendido. De lá ele comandava os golpes, que contava com a participação da esposa. O líder era responsável em aplicar o golpe, enquanto os outros 4 captavam as pessoas correntistas, que teriam as contas usadas para receber o dinheiro dos golpes”.
O delegado lembrou ainda que essas pessoas também vão responder pelo crime, já que ao emprestar as contas, eles recebiam 5% do valor arrecadado. O grupo ainda acompanhava essas pessoas no banco para verificar o saque total.
Agora, o objetivo - além de desarticular o grupo – é ressarcir as vítimas. Os mandados de prisões foram cumpridos em Cuiabá e Várzea Grande, além de cidades nos estados de São Paulo e Santa Catarina.
Golpes online
Belão recorda que antes de dar o golpe, o líder fingia ser um cliente e se mostrava interessado por um produto do site de compra e vendas online. Depois de muito conversar com o vendedor, conquistar a confiança, ele dava o ‘bote’.
Ele conseguia o maior número de informações possível e clonava o anúncio. “Eles não gostavam de dar golpe em Mato Grosso, por isso, aplicavam golpes em vítimas de outros estados brasileiros”, ressaltou.
Com o anúncio clonado, eles ofertavam o produto por um preço menor e logo recebiam várias propostas. Guilherme lembra que se um carro custava R$ 70 mil no mercado, eles vendiam por preços até R$ 60 mil, por exemplo.
O líder chegou a deixar a prisão usando tornozeleira eletrônica e ainda continuou aplicando estelionatos. Polícia identificou que em 3 meses, eles movimentaram uma quantia de R$ 400 mil. Além de MT, SP e SC, vítimas foram identificadas nos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Rondônia.
Na operação foram apreendidos 6 carros, celulares, 12 chips de operadoras, R$ 2 mil em dinheiro, além de máquina de cartão de crédito. O nome dos presos não foi divulgado pela polícia, apenas a inicial; veja no quadro abaixo.
Fonte: GD