Dos três candidatos a deputado estadual de Juína, Altir Peruzzo (PT) é o campeão em arrecadação. Até agora o petista já tem em conta R$ 206 mil, contratou despesas na ordem de R$ 217 mil, e pagou R$ 151 mil. Os números foram arredondados.
Zize (PSD) é o segundo que mais arrecadou na campanha. Ele recebeu em recursos R$ 100 mil, porém é o candidato que mais contratou despesas, são R$ 220 mil. Desse total pagou até agora R$ 48 mil.
Irmão Geremias está na lanterna no quesito arrecadação. Até agora o candidato do PL recebeu somente R$ 32 mil, gastou R$ 25 mil e pagou R$ 14 mil do total. Embora incentivado pelo ex-prefeito Hilton Campos (Presidente do Partido), o candidato não recebeu se quer R$ 1,00 do político.
Os candidatos podem gastar na campanha até R$1.270.629,01.
Voto orgânico elegerá no máximo 2 deputados, diz analista
O analista político João Edisom aponta como grandes as chances de nenhum deputado estadual ser eleito através do voto orgânico, aquele conquistado com pouco ou sem investimento financeiro, e que no máximo dois poderiam conseguir tal feito. De acordo com ele, maioria absoluta será eleito através da chamada estrutura de campanha.
“Em Mato Grosso, aquele voto orgânico, aquele que independe de estrutura, o cara novo que está entrando, é entre um e no máximo dois. Então pode até não entrar nenhum, mas no máximo dois”, afirmou.
Estrutura de campanha é a capacidade de contratar cabos eleitorais, conseguir o apoio de vereadores, prefeitos, líderes comunitários, secretários da administração pública, sindicatos e outras lideranças políticas.
Antes e agora
Na eleição de 2018, quem alcançou uma cadeira no Parlamento através do voto orgânico, mas ainda assim fez uso de R$84.557,23 na campanha eleitoral, foi o deputado estadual Ulysses Moraes (PTB), que agora tenta uma vaga de deputado federal.
O segundo melhor sucedido nessa empreitada, naquela ocasião, foi Gilberto Cattani (PL), com gasto total de R$ 10 mil, que conquistou uma suplência e assumiu como parlamentar após o falecimento do titular Silvio Fávero, em março de 2021, vítima de covid-19.
Os dois, no entanto, já mudaram de perfil na atual eleição. Enquanto Ulyses já prestou contas do recebimento de R$ 238.138 mil para campanha, enquanto Cattani possui R$ R$179.071,09.
Outro perfil
De acordo com João Edisom, a eleição de 2018 foi marcada pela revolta do eleitor, porém houve uma frustração devido à postura de parte dos que foram eleitos a partir desse protesto. Por isso, continuará sendo difícil o surgimento de novos deputados eleitos com o voto orgânico.
“Na eleição passada houve uma troca de conceito dada muito mais pelo ódio e pela revolta do que pela consciência. ‘O que está aí não presta’. Votaram naqueles que falavam que iam mudar tudo, ou que iam quebrar tudo quando chegassem lá. Contudo, dentro desse patamar de revoltados eleitos, o que a gente viu foram pessoas conformadas com a relação do poder, fazendo negociatas, levando vantagem. Pessoas que falaram que mandato não podia ser renovado são os primeiros a ir à reeleição”, explicou.
Fonte: Repórter em Ação com Leia agora