Prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), evitou comentar a decisão que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por 8 anos, após ser condenado por abuso de poder político, ao usar a estrutura do governo para atacar o sistema eleitoral.
Segundo Pinheiro, é preciso repensar o sistema político brasileiro, já que desde a redemocratização, apenas um ex-presidente não foi punido após sua gestão. Apesar de criticar a dinâmica atual, ele não deu "proposta" de mudança.
“Deixa todos apreensivos porque é um ex-presidente da República que deixou o poder agora há pouco, mais de 6 meses, e isso nos deixa assustado porque todos os ex-presidentes do Brasil, os últimos presidentes da República, nenhum terminou o governo de forma tranquila, todos eles acabaram de alguma forma sendo penalizados”, disse Pinheiro nesta segunda-feira (3).
O prefeito lembra que apenas Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) deixou a gestão sem ser punido por alguma ação dentro do cargo. “O que está de errado no sistema político brasileiro, no sistema político eleitoral brasileiro. A gente precisaria ver isso, essa é a maior pergunta que eu faço como brasileiro. Ninguém pode gostar de uma decisão dessa, não dá para julgar, quem julga são os ministros. Agora, que é uma coincidência o fato de todos os últimos ex-presidentes da redemocratização para cá, só Fernando Henrique Cardoso escapou”, analisou.
“Então mostra que há uma falha, o erro pode estar no atual sistema político eleitoral ou sistema político brasileiro e isso ia ser no mínimo repensado, no mínimo debatido”, concluiu.
O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) chegou flertar com o bolsonarismo durante a pandemia, quando elogiava bastante o ex-presidente Bolsonaro. Ele chegou a exaltar os repasses da União para estados e municípios aprovados pelo Congresso Nacional.
Porém, no ano passado acabou se aproximando do presidente Lula (PT), tanto que lançou a primeira dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro (PV), como candidata a governadora no palanque do petista no estado. Atualmente o seu filho, o deputado Emanuelzinho (MDB), é um dos vice-líderes do governo Lula na Câmara Federal.
Fonte: GD