O espírito festivo do final de ano ainda não chegou na Câmara Municipal de Juína. Na sessão desta segunda-feira, 25, como alguns esperavam, no momento de palavra livre o assunto da recente rejeição do projeto de lei que regulamentaria a divulgação obrigatória da lista de espera por consultas, exames e cirurgias do SUS veio à tona, num embate entre seu autor, Gleynei Ferreira Griz, e Ildamir Teixeira De Farias, o Teixeirinha da Agricultura, marcado por troca de acusações e ironias, ambos extrapolando o tempo regimental.
Primeiro a se manifestar, Teixeirinha rebateu a crítica que gerou ‘memes’ nas redes sociais, de que ele teria sido manipulado na votação final da matéria, uma vez que anteriormente teria feito sua defesa. A mudança se deu após rever a matéria. Também se defendeu das denúncias feitas ao Ministério Público Estadual por empréstimo de equipamento, argumentando que teria sido absolvido.
Ao atacar Gleynei, a propósito de ter sido chamado de bezerro, termo usado de maneira figurada na política para indicar subordinação e dependência, de forma análoga a um bezerro que depende do leite da mãe, destacou que seu oponente não teve a coragem de disputar a reeleição por medo, uma vez que se ocupou ao longo da gestão em vender bezerros. Disse que ele não teve ética, ao cuidar de seus negócios, enquanto ganhava dinheiro público. Com seu denuncismo teria atrapalhado a gestão pública.
Na esperada resposta, o autor da matéria lembrou que não ficou contrariado com quem votou contra, mas com o fato de alguns terem sido manipulados no processo, inclusive Teixeirinha. Sobre ocupar-se mais em trabalhar com a venda de bezerros, observou que realmente não abandonou sua ocupação, assim como o próprio acusador, que até pouco tempo possuía uma fábrica de processar mandioca. “É sábio ter uma renda”, observou.
Na resposta aos ataques observou que não disputou as eleições em 2024 por achar que não valia a pena. “Não fui rejeitado, rejeitado foi quem não ganhou, como foi o seu caso”, disse, dirigindo-se a Teixeirinha. Depois de observar que vai refletir sobre eventual volta ao cenário político, argumentou, em relação a denúncia no MPE, que o destino do processo de 700 páginas não é final, pois ainda será protocolado no Tribunal de Contas do Estado.
Gleynei inquiriu, a propósito da observação segundo a qual não teria conseguido comprovar o dolo, se um Secretário que cria uma empresa de fachada, coloca um caminhão para receber da prefeitura, loca para um terceiro, abastece com diesel da prefeitura não estaria causando um dano ao erário.
E para deixar no ar a possibilidade de um novo embate, lembrou que ao longo de sua gestão não foi adepto do coitadismo e nem se valeu de apadrinhamento nas questões da saúde, mas procurou cumprir aquela que deve ser a função do vereador, que é fiscalizar. Fazendo uso de ironia, concluiu que o momento deveria ser de festa, afinal os colegas já recebem o 13º salário, matéria que teve seu parecer contrário.
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