A hanseníase em Juína, Mato Grosso, tem apresentado preocupantes sinais de avanço, com mais de 700 pessoas em tratamento, com tendência de aumento, e refletindo uma situação similar à de outras regiões do estado.
Como parte dos esforços desenvolvidos pelo setor de saúde do município para detecção e tratamento da doença, cerca de 60 agentes comunitários de saúde e de endemias, que atuam no contato direto com a população, receberam capacitação, em encontro que aconteceu no auditório ASCOM/CDL nesta quarta-feira, 29.
Geaine Rodrigues, coordenadora da vigilância em saúde, destacou que esses profissionais fazem o primeiro contato com a população, por isto precisam de informações claras e coerentes. Em sua participação desenvolveu conteúdos que vão desde a história natural da doença, transmissão e diagnóstico, até o tratamento.
Ao Juína News Geaine reforçou o que as agentes de saúde Catarina Madalena de Castro e Dilma Maria Peres, externaram, depois de participar, que é a necessidade de capacitação. “Quando a gente fortalece os agentes, fortalecemos a comunidade, pelas informações claras que eles podem dar”, disse Geaine, chamando a atenção para o perigo das fake News sobre o tema.
Atuando numa das falas aos presentes, a assistente social Janilce Carvalho de Moraes, dos quadros da eMulti, que são equipes multiprofissionais que atuam na ampliação da atenção primária à saúde, tratou dos direitos das pessoas portadoras de hanseníase, indicando caminhos como o de conseguir auxílio previdenciário numa situação de agravo da doença, que obriga a pessoa a afastar-se da vida funcional.
Andréia Silva, enfermeira, do Ambulatório de Atenção Especializada e Regionalizada de Juína, AAER, falou do processo de adoecimento pela hanseníase, focando em questões como sintomas e cuidados, lembrando que estamos em estado endêmico, daí a preocupação em capacitar. Médicos e enfermeiros já foram. Agora chegou a vez dos agentes.
Como enfrentar
De diversas maneiras os capacitadores do encontro realizado na ASCOM/CDL lembraram que a hanseníase é uma doença antiga, não merecendo o estigma que tem, existindo tratamento adequado, mesmo que prolongado. Se as pessoas observarem os cuidados recomendados durante o processo todo, esse tratamento é eficiente.