Em Cuiabá, 45,4% das famílias enquadradas nas classes C, D e E tiveram piora nos rendimentos em março de 2022, comparado ao mesmo período do ano passado. Para 62,7% desta parcela da população, as compras continuarão menores
nos próximos meses, aponta a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio).
As classes B e C, apesar da maior participação no mercado consumidor em Mato Grosso segundo estudos do IPC Maps, estão
com menos dinheiro para gastar.
“Deixei de comprar muitas coisas”, diz o pensionista do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) Jesus Santos da Silva, 55. Morador da periferia de Cuiabá, gostava de fazer churrasco uma vez por semana, como boa parte dos brasileiros. “Churrasco agora só de vez em quando, nem uma vez por mês. Por que gasto quase R$ 200. Antes com R$ 40 a gente fazia um churrasquinho”, desabafa. “Passei a comprar carne (bovina) de 2ª, frango e agora sardinha, que voltou a aparecer por causa da Quaresma”, brinca.
Outros alimentos que foram substituídos ou passaram a ser menos consumidos são os hortifruti e arroz. “Antes comprava até 3 pacotes de arroz de 5 kg. Hoje, compro menos e troco às vezes por macarrão”, expõe. O volume de compras de frutas, legumes e verduras também foi reduzido, por causa da alta nos preços. “Antes gastava R$ 15 e tinha produto para 15
dias. Agora gasto R$ 70 e não dá para uma semana”, critica.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) a cesta básica em Cuiabá encareceu 1,23% em
março, comparado com fevereiro deste ano. Nos últimos 12 meses acumula alta de 11,18% ou R$ 66,54. Neste período, a cotação passou de R$ 594,80 para R$ 661,34.
O aumento mensal no valor da cesta básica na Capital matogrossense foi puxado pela elevação de preços da batata e do tomate, segundo o Imea. Estes dois produtos subiram 30,51% e 9,24%, respectivamente, na 1ª semana de abril em relação à anterior, detalha o Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio.
Neste início de mês, o valor da cesta básica alcança R$ 722,13, sendo R$ 18,16 maior que o valor verificado na última semana de março, revela o IPF. A justificativa para os aumentos, além da entressafra da produção, é a disparada da cotação do petróleo no mercado internacional que reflete no preço do diesel, no frete e nos custos de produção, explica
o superintendente da Fecomércio, Igor Cunha.
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Fonte: GD