Juína acordou mais triste nesta sexta-feira. O sol que iluminou as ruas da cidade não conseguiu aquecer o vazio deixado por Artur Gabriel Sales Pontes, de apenas 13 anos, cuja vida foi ceifada num trágico acidente na tarde de quinta-feira. Enquanto a notícia do ocorrido ainda ecoa como um pesadelo, o que fica é a dor de quem o amava, a saudade de quem o via crescer e a angústia de sonhos que nunca se realizarão.
Artur não era apenas mais um adolescente pedalando pelas ruas de Juína. Era um filho amoroso, um aluno dedicado, um atleta promissor. Lutador de jiu-jitsu pela Alcatéia Top Team, ele carregava no olhar a determinação de quem queria ir longe. Seu treinador, Akon Gonçalves dos Santos, que ele chamava de "segundo pai", escreveu nas redes sociais uma despedida dilacerante: "Ô pequeno... por que foi você? Tantos planos! Tantos sonhos, um deles o de buscar o cinturão!". No próximo domingo, Artur estaria competindo em Tangará da Serra. Em vez disso, sua família agora se prepara para sepultá-lo.
A cena da mochila caída no asfalto, ao lado da bicicleta destruída, ficará gravada na memória de quem testemunhou a tragédia. Sua mãe, Esthefane Sales, ao chegar ao local, desmoronou. Teve que ser socorrida pelo SAMU, enquanto o desespero tomava conta de seu coração. O pai, Gean Pontes, enfrenta a dor silenciosa de quem perdeu um pedaço de si. Em casa, o uniforme de treino ainda está pendurado, os troféus enfileirados, como se ele pudesse voltar a qualquer momento para continuar sua jornada.
Na Escola Estadual Antônia Moura Muniz, onde Artur cursava o 8º ano, o luto se fez presente. Colegas e professores se reuniram em um tributo silencioso, tentando entender o inexplicável. "Uma perda irreparável", dizia a nota da instituição. Entre os amigos, histórias de seu sorriso fácil, sua disciplina nos treinos e sua vontade de vencer. No início deste ano, em entrevista ao Juína News, ele havia dito que estava "dando o seu máximo nos treinos" para competir em Rondonópolis. Agora, essa voz ecoa como um último suspiro de esperança.
Mestre Guatá, da Carcará Artes Marciais, de Castanheira, parceiro de Akon, seu técnico, resumiu o sentimento de muitos: "Uma grande perda! Só temos a lamentar!". Juína chora um menino que partiu cedo demais, levando consigo promessas que nunca se cumprirão. Restam as lembranças, o abraço apertado dos que ficaram e a pergunta que não cala: por quê?
O velório acontece na AME do Módulo 5, e o sepultamento será às 17h desta sexta-feira.
O Juína News lamenta profundamente a morte de Artur e roga a Deus o conforto celestial para amigos e familiares neste momento de muita dor.
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