O tenente da Polícia Militar, lotado no 8º Comando Regional em Juína, Arides Rodrigues Lemes Junior, Tenente Arides, impetrou uma ação na justiça por danos morais, em desfavor do repórter Jornalístico Marcos Di Perez. Na ação, o oficial delata que teve sua imagem denegrida, depois que duas matérias foram divulgadas pelo repórter.
A primeira ocorreu no dia 16 de agosto de 2008, quando ocorreu um descuido ao atendimento do telefone 190 da PM.
Um soldado acusou o repórter em ligar no centro de triagem e reclamar que policiais de plantão estavam jantando Espetinho, ligação essa que, segundo o repórter, foi feita apenas para obter informações de um acidente ocorrido naquela noite no bairro Módulo 5. Na tentativa de explicar o que poderia ter acontecido o profissional foi tratado de forma truculenta.
Outra argumentação do Tenente Arides, é que novamente se sentiu lesado em uma matéria que foi divulgada em setembro passado. Na matéria o oficial foi denunciado por suposta negligência no atendimento de uma ocorrência, a vítima das agressões verbais dessa vez, foi empresário Antonio Vieira Filho.
Antonio procurou a sede do Comando Regional para denunciar a atitude do policial. O pai dele, Sebastião Gomes da Silva, de 59 anos, foi vitima de um acidente de trânsito e veio a óbito, uma semana depois na Unidade de Terapia Intensiva, a condutora da motocicleta não possuía a Carteira Nacional de Habilitação, e, de acordo com o empresário, após uma conversa com um suposto madeireiro, para quem a envolvida trabalhava, o oficial liberou o veiculo ainda no local do atropelamento.
Descontente, o empresário buscou explicações, mas foi tratado de forma ríspida. “De acordo com Antonio, ele foi surpreendido por uma ligação de um policial em seu celular, que ele não soube informar o nome, e que o tratou de maneira ríspida. Você quer me ensinar a trabalhar cidadão? Você acha que estou fazendo as coisas nas coxas? Eu tenho é três anos de polícia e sei o que estou fazendo”. Teria afirmado o policial.
“Eu disse a ele, por que você estar nervoso? Só quero uma informação, eu que tinha que estar nervoso, meu pai está na U.T.I e minha filha esta internada. Não precisamos de policiais como esse em Juína”. Lamentou o empresário a nossa reportagem.
Dias depois as duas situações foram encaminhadas ao Comando Regional e Geral da Polícia Militar de Mato Grosso, mas, por enquanto nenhuma providencia foi tomada em relação às atitudes do oficial.
“Talvez, o que o oficial não saiba que a imprensa tem obrigação de divulgar os fatos, trazer a tona o que ocorre na cidade. O que aprendemos é que não podemos omitir informações. Somos amparados pela Constituição Federal, no Artigo 220, que diz: “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição”. Explica o repórter.
A audiência do reclamante e o reclamado está marcada para o dia 18 de fevereiro, às 16h45min, na sede do juizado especial de Juína.
Da Reportagem