Jessica Sanders, uma autoridade americana em artefatos do Titanic, afirmou que viagens turísticas ao local do naufrágio podem causar danos graves à já enfraquecida e deteriorada embarcação. A implosão do submarino Titan, que levou à morte instantânea de todos os cinco tripulantes, agravou preocupações já existentes.
"Esse tipo de situação fazia parte das nossas preocupações desde que empresas começaram a oferecer expedições turísticas", disse Sanders ao jornal The Post. A especialista é a atual presidente da RMS Titanic, Inc. (RMST), instituição que busca preservar os destroços do Titanic e a memória do naufrágio e daqueles que estavam no navio.
"Tem havido muitas expedições nos últimos anos. Eles [a Ocean Gate] afirmam que a implosão não fez nada nos destroços, mas precisamos apenas verificar", acrescentou.
Os destroços da implosão do Titan, que matou todos os cinco a bordo, foram encontrados a quase 500 metros da proa (frente) do navio, o que significa que é improvável que tenham causado danos à embarcação, mas a operação de levantamento e salvamento das Guardas Costeiras dos EUA e do Canadá continua em andamento.
Fonte: R7
Jessica esclareceu que, apesar do desejo de se certificar que tudo esteja certo com o navio, entende que algum dano é improvável. "Novamente, não temos motivos para acreditar que o submersível Titan entrou em contato com o local do naufrágio. A investigação está em andamento".
A especialista acredita que todas as pessoas deveriam ter a oportunidade de ver os destroços ao vivo, mas ressalta que a expedição deveria ser feita com mais segurança. "Todo mundo deveria poder ver os artefatos. Não deveria ser apenas um milionário, um bilionário, o exército ou um cineasta que pode ir até o local do naufrágio. Mas são necessárias regras respeitosas enquanto ainda é um local ativo", ressaltou.
Desde a implosão do Titan, a RMST tem tentado elaborar uma maneira de trazer ao público outras maneiras de ver os destroços para além de mergulhar no oceano profundo. Vários grupos, incluindo a famosa organização internacional The Explorers Club e a empresa de mapeamento do fundo do mar Magellan, não têm expedições planejadas para os destroços do Titanic pelo resto do ano.