No último final de semana uma mulher moradora da cidade de Cotriguaçu ao se defender das injustas agressões físicas causada pelo ex-marido, fez uso de uma arma branca (faca) deferindo dois golpes na vítima que mesmo socorrido e levado ao hospital da cidade não resistiu e veio a óbito.
A mulher após pedir ajuda ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e polícia civil daquela cidade, se apresentou na delegacia municipal levando consigo a arma que usou em sua defesa (faca) e devido a situação de flagrante ela foi ouvida e liberada.
O delegado regional Carlos Francisco De Moraes, disse em entrevista que a mulher relatou em depoimento que estava em sua residência em companhia de uma irmã quando o ex-marido chegou e começou agredi-la, sendo que sua irmã ao tentar lhe ajudar sofreu agressões do ex-cunhado que aparentava estar embriagado.
O delegado classificou o ato da mulher como sendo de uma prática de legitima defesa, uma vez que ao ser agredida pelo ex-companheiro a mulher tinha poucas alternativas e mecanismos de defesa pessoal, onde se utilizou do recurso que conseguiu para se livrar do agressor, usando uma faca para golpeá-lo , e mesmo sofrendo o primeiro golpe, o ex-marido ainda tentou ataca-la com um pedaço de madeira, fato que levou a mulher a efetuar mais um golpe de faca para não ser agredida e até mesmo ter sua vida ceifada.
No entendimento do delegado de polícia, na hora em que a mulher estava sendo agredida, não houve um suporte de defesa por parte do estado repressor, que quase nunca se faz presente nos casos de violência doméstica em que a vítima e agressor costumeiramente encontram-se sozinhos no mesmo ambiente, em que maridos embriagados e drogados chegam em casa e agridem as vítimas sem motivação.
A irmã da mulher, além de testemunhar os fatos, também foi vítima das agressões, contou o delegado que ainda disse que no caso de violência doméstica a palavra da vítima tem grande importância devido os fatos sempre ocorrerem em locais íntimos e sem a presença de testemunhas oculares.
Carlos Francisco sugeriu que seja criado novos programas de amparo e proteção as vítimas de violência domésticas, que muitas vezes são agredidas e acabam perdendo a vida por falta de um apoio que a obriga a conviver com o agressor no mesmo ambiente, sendo que em muitos casos não chegam a registrar nem mesmo um boletim de ocorrência contra o agressor.
Devido a mulher ter acionado o socorro, acompanhado o ex-companheiro até o hospital e posteriormente ter se apresentado espontaneamente na delegacia onde levou a arma do crime, fica claro a transparência do crime de legitima defesa, fato que se torna atenuante no caso, sendo aberto um inquérito investigativo que buscará provas testemunhais e laudos médicos a fim de se avaliar a prática de defesa, e caso a autoridade entender que a única intenção era de legitima defesa, o caso poderá até mesmo ser arquivado.
O agressor que foi morto era Weter De Oliveira, de 40 anos de idade.