A Polícia Judiciária Civil de Juína e o Conselho Municipal dos Direitos Da Mulher, representado por Deusdete Romero, realizaram na quarta-feira, 06, uma ação que está em curso em todo o país dentro da Operação Átria, criada para combater e prevenir crimes de violência contra a mulher.
Segundo informou ao Juína News o delegado, Dr. Marco Bortolotto Remuzzi, uma equipe visitou residências de vítimas com medidas protetivas em Juína e também a residência de alguns agressores, verificando junto se as medidas protetivas estão sendo cumpridas. Junto aos agressores reforçou advertência sobre as limitações em relação a essas medidas.
Além deste aspecto, Deusdete Romero, membro do conselho da mulher, destaca que nas abordagens um dos questionamentos junto às vítimas foi se elas estão trabalhando e tem renda própria, pois geralmente as denúncias ocorrem quando as vítimas tem autonomia. “Quando não tem, elas voltam para os agressores”, observa.
No contexto das orientações, o conselho às vítimas para que tenham sabedoria nas próximas escolhas, porque muitas vezes elas saem de um relacionamento abusivo e entram em outro. Aos agressores, reforçaram a importância de manterem o compromisso de assumir uma nova vida e cumprirem as obrigações, uma delas o pagamento de pensão e deixarem as ex-companheiras a seguirem um novo rumo.
O delegado Marco Remuzzi lembrou que no mês de março a Polícia Judiciária Civil vai intensificar as investigações aos crimes de violência doméstica e os trabalhos de instauração e conclusão de inquéritos policiais e representações de medidas cautelares.
Ele destacou a importância da Operação Átria para garantir a segurança da mulher e compartilhou dados estatísticos em relação ao tema em Mato Grosso.
No ano passado em todo Estado aconteceram 46 feminicídios, com 100% dos autores identificados e 43 dos 46 inquéritos concluídos.
Lembrou também que 76% dos feminicídios ocorrem na casa das vítimas e a faixa etária principal das vítimas se situa entre os 30 e 49 anos. Ao todo, 16.834 medidas protetivas foram solicitadas no Estado, sendo que dessas 2.893 foram descumpridas. “A lei Maria da Penha já é prioridade da Polícia Civil, mas neste mês de março vamos intensificar as ações”, concluiu.
Em relação a Juína, 2023 houve dois feminicídio consumado e um tentado.
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