Juína/MT, 17 de Junho de 2025
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17 de Junho de 2025

Juína Segunda-feira, 16 de Junho de 2025, 22:17 - A | A

Segunda-feira, 16 de Junho de 2025, 22h:17 - A | A

Justa homenagem

Dona Emma: Juína perde mais uma pioneira, mas sua luz permanece!

"A vida não é medida pelo número de vezes que respiramos, mas pelos momentos que nos tiram o fôlego." — George Carlin

Juína News

Era uma vez uma vela que não escolheu onde brilhar. Poderia ter sido no altar, sob os olhares de muitos, mas preferiu um canto silencioso, onde sua chama aqueceu histórias que só o vento da memória agora conta. Emma Pinto Duffeke Grein foi essa luz discreta e persistente — uma mulher que chegou a Juína em 1984, trazendo consigo não apenas a bagagem de uma vida, mas a coragem de recomeçá-la, mesmo quando a escuridão insistia em avançar.

Neste domingo, 15, sua chama terrena se apagou, mas não sem antes incendiar o coração de gerações. Noventa anos de caminhada, marcados por uma força que não se dobrava. Seu esposo partiu cedo, em apenas seis meses de chão mato-grossense, deixando-a sozinha com doze filhos, oito deles ainda pequenos, e um futuro que muitos chamariam de incerto. Mas Emma não era do time dos que duvidam. Era dos que transformam lágrimas em alicerce, solidão em abraço, e medo em legado.

"As árvores mais fortes não crescem em estufas, mas sob tempestades." E que tempestades... Criou os filhos, acolheu netos, e fez de cada dificuldade um degrau para que outros subissem. Hoje, sua genealogia é um jardim: doze filhos, trinta netos, trinta e cinco bisnetos e uma tataraneta — raízes que falam seu nome em flores.

"Me orgulho de minha mãe!", diz Zeneide, uma de suas filhas, em lágrimas que não são de dor, mas de gratidão. Porque Emma não foi apenas forte. Foi amor em forma de resistência. Paranaense de nascimento, mas mato-grossense por escolha, ela chegou junto com os sonhadores que acreditaram no Noroeste quando ele ainda era promessa. E ficou, mesmo quando a promessa custou a se cumprir.

Seus últimos dias foram mais um teste para uma alma já provada. O coração, cansado, ainda batia com a mesma determinação de quem sabia que cada batida era um presente. E então veio o câncer, cruel e rápido, tentando apagar sua luz antes da hora. Mas Emma, guerreira até o fim, deixou claro que só Deus decide quando uma história termina.

Agora, ela se junta aos que partiram antes — seu amado esposo, amigos, familiares — em um lugar onde não há mais dor. E filhos, netos, bisnetos, amigos, familiares que ficam, olham para trás e concluem que sua luz não se apagará. Está em cada neto que sorri, em cada filho que persiste, em Juína, que cresceu também porque ela existiu. Como disse um poeta, “não choram porque acabou, mas se alegram porque aconteceu" (Dr. Seuss).

Dona Emma, obrigado por ter sido essa vela que, mesmo no canto mais quieto, iluminou como só o sol é capaz. Até que nossas histórias se cruzem de novo, além do horizonte. Aos que ficam, o Juína News externa condolências e desejo de consolo. Descanse em paz!

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