Entre os dias 12 e 13 de junho, o município de Juína recebeu uma comitiva de pesquisadores nacionais e internacionais como parte da programação do VIII Simpósio Brasileiro de Geologia do Diamante. O evento, que reuniu mais de 100 especialistas em Cuiabá entre os dias 8 e 11 de junho, é considerado um dos mais importantes da área e teve Juína escolhida para sediar sua excursão de campo, devido à relevância geológica da região.
Conhecida mundialmente pelos chamados diamantes super profundos, Juína atrai o interesse de cientistas do Canadá, China, Rússia, Estados Unidos e Angola. Esses diamantes, encontrados em profundidades entre 450 a 700 km abaixo da superfície terrestre, fornecem informações valiosas sobre o manto da Terra. Segundo os organizadores, foi em Juína que se descobriu a primeira inclusão super profunda em diamante no Brasil, tornando o local um ponto de referência para estudos avançados da geologia.
Durante a visita, os participantes exploraram regiões como o Chapadão e o riacho Chicória, que ficam próximas do distrito de Terra Roxa, onde puderam observar de perto os garimpos e as características geológicas da área. Apesar da atual paralisação da produção de diamantes no município, os cientistas demonstraram entusiasmo com a paisagem, biodiversidade e hospitalidade da população. "Os pesquisadores estão fascinados com os diamantes e encantados com a Amazônia. Estão adorando a comida, os bichos e o carinho das pessoas", destacou o professor Pedro Maciel de Paula Garcia, presidente do simpósio.
Para retomar a atividade extrativista de forma viável, especialistas sugerem investimentos em tecnologia de concentração mineral. Segundo o geólogo Ricardo Weska, com ajustes nos equipamentos e apoio de profissionais especializados, é possível elevar os índices de recuperação e reduzir os custos operacionais. A Prefeitura de Juína, junto com a Câmara de Vereadores, foi elogiada pelos organizadores pela colaboração na infraestrutura que possibilitou a realização da visita.
A visita dos cientistas reafirma o potencial de Juína como polo de conhecimento geológico e reforça a importância da ciência para o desenvolvimento sustentável da região.