A severa falta de chuvas no Centro-Oeste do Brasil ameaça o início da safra de soja 2024/25, especialmente em Mato Grosso, o maior produtor do país. Tradicionalmente, o plantio pode começar a partir de 7 de setembro no Estado, mas o tempo seco levanta preocupações entre os produtores.
A estiagem no país é a pior desde 2010. Em várias regiões de Mato Grosso, municípios não registram chuvas há mais de 100 dias, o que não apenas atrapalha o trabalho no campo, mas também tem contribuído para o aumento de focos de incêndio em diferentes localidades. A seca prolongada ameaça desorganizar o calendário agrícola, que depende diretamente das chuvas para garantir uma produção eficiente.
O governador Mauro Mendes (União) comentou sobre o assunto durante a reunião do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, no Malai Manso, em Chapada dos Guimarães (95 km de Cuiabá), na quinta-feira (12).
Mendes reconheceu que a estiagem já começa a impactar o setor agrícola do estado. “Isso vai atrasar um pouco o início do plantio. No ano passado, nesta mesma época, alguns produtores já tinham iniciado o plantio devido às primeiras chuvas. Até agora, estamos em regime de observação, e há uma previsão de que as chuvas comecem no final de setembro. Se isso se confirmar, talvez não tenhamos prejuízos significativos”, afirmo.
O atraso no plantio da soja pode ter um efeito cascata nas demais plantações, como o milho e o algodão, que dependem da "janela" de tempo entre o plantio e a colheita para serem cultivados. No entanto, o governador ressaltou que a variedade de soja podem mitigar alguns dos impactos do atraso. “Hoje temos variedades que permitem um ciclo de pouco mais de 90 dias, o que pode abrir a janela para o plantio do algodão e do milho”, completou Mendes.
Fonte: GD