A Rússia retomará a importação de carne bovina e suína de 12 unidades brasileiras nesta semana, disse o regulador de segurança sanitária do país nesta terça-feira (23).
A maioria das restrições aos produtores brasileiros de carne bovina e suína pela Rússia está em vigor desde 2017, devido à alegação do uso do aditivo ractopamina na alimentação das criações, o que grupos brasileiros da indústria de carne negaram.
No mês passado, a Rússia já havia permitido a importação de carne bovina de três grandes exportadoras brasileiras.
A nova liberação, a partir de 25 de novembro, envolve nove unidades de carne suína e três de carne bovina.
O departamento russo Rosselkhoznadzor não revelou o nome dos frigoríficos.
"O Rosselkhoznadzor continua trabalhando na ampliação da lista de produtores brasileiros certificados para fornecer carne bovina à Rússia", afirmou.
A liberação acontece após reunião da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em Moscou, na semana passada, com o chefe do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia, Sergey Dankvert, que garantiu que faria uma visita de inspeção ao Brasil no primeiro trimestre de 2022 com vistas à habilitação de novas plantas frigoríficas brasileiras para exportação.
A Rússia, que no passado chegou a ser um dos maiores mercados para o Brasil, planeja estabelecer uma cota de importação isenta de impostos de até 200 mil toneladas de carne bovina em 2022 para aumentar a oferta doméstica, como parte das medidas adotadas para ajudar a estabilizar a inflação doméstica, que está na máxima de cinco anos.
Mercado promissor
Para o Brasil, o maior exportador mundial de carne bovina, a Rússia é um mercado promissor, já que suas exportações para a China foram temporariamente suspensas em setembro, depois que dois casos atípicos da doença da vaca louca foram relatados.
Paralelamente, as autoridades alfandegárias da China disseram nesta terça-feira que aceitarão pedidos de importação de carne bovina brasileira que tenham recebido certificado sanitário anterior ao dia 4 de setembro.
O Brasil suspendeu as exportações de carne bovina para a China nessa data após a detecção dos casos, mas a carne que já estava nos portos continuou a ser exportada, e a maior parte não conseguiu passar pela alfândega na chegada à China.
Os casos foram considerados "atípicos" por serem do tipo espontâneo, sem transmissão no rebanho.
De acordo com a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), casos "atípicos" não oferecem risco à saúde humana e animal, e são detectados, em geral, em bovinos mais velhos.
Fonte: R7