A 14ª CIBM (Companhia Independente Bombeiro Militar) suspendeu às buscas no dia 04 de setembro, por Ademilton Mariano de Souza, 36 anos, que desapareceu no último dia (15/8) quando saiu para colher castanhas numa região de mata fechada, na Aldeia "Pacovinha" no distrito de Filadélfia, a 130 km do município de Juína. A região é de mata extensa e fechada. Após a suspensão das buscas pelo corpo de bombeiros, a família de Ademilton contratou uma advogada de Cuiabá para acompanhar o caso. A advogada da Família Dra. Ana Matos veio da capital para atender os familiares de Ademilton e hoje pela manhã ela esteve no corpo de bombeiros e na delegacia de polícia para tentar entender a dinâmica dos fatos.
"O capitão me disse que em todas as buscas não foram encontrados nenhum vestígio, pois quando uma pessoa desaparece na mata a mesma costuma deixar algum rastro, porém, esse caso está sendo um mistério que necessita do apoio da polícia” – relatou a advogada. Ainda segundo Ana Matos, assim que tiver um posicionamento da polícia civil, o comandante vai analisar se haverá a necessidade da corporação retomarem as buscas. Ela também informou que passou algumas informações que estão sob sigilo, e que a polícia civil vai investigar profundamente. A advogada pede à sociedade que denunciem na delegacia se souberem de algo. “A família está sofrendo, o pai está totalmente debilitado, a mãe também, já vamos para 30 dias e nada sem nenhum posicionamento, ninguém pode desaparecer assim sem deixar vestígios ou algo do tipo" – pontuou a advogada. Procurado pela reportagem, o capitão BM Adailton comandante da 14ª CIBM falou sobre o assunto.
"Na verdade a família nestas últimas semanas tem procurado o corpo de bombeiros no intuito de levantar mais informações dessa vítima que está desaparecida que é o seu Ademilton. E nós repassamos todas as informações que o corpo de bombeiros tinha no momento, todo o nosso relatório, o preenchimento das fichas de ocorrências, enfim foi tudo repassado para família” – disse o comandante.
Capitão Adailton também falou para a advogada de todo o serviço realizado durante 3 semanas que em virtude de não ter encontrado nenhum vestígio, nenhuma evidência que levasse os bombeiros a localizar o senhor Ademilton as buscas foram encerradas. O corpo de bombeiros também repassou as informações para a polícia judiciária civil para que realmente possa ter outra linha de investigação e dar uma resposta à família que até hoje sofre com esse desaparecimento.
O comandante da companhia destacou que o serviço do corpo de bombeiros é técnico realizado mediante pistas ou a própria orientação da comunidade, e no momento que suspenderam as buscas a corporação ficou de portas abertas caso surgissem novos fatores em que levasse a encontrar Ademilton, a guarnição retornaria ao Distrito de Filadélfia e realizava novamente as buscas. “O corpo de bombeiros deu todo apoio necessário às famílias. Foram 3 semanas de buscas, solicitamos apoio à Cuiabá, veio ai a companhia especializada com cães, na primeira semana tivemos um cão trabalhando no local e na segunda semana tivemos outro cão, no intuito de estar localizando por ventura o cadáver, mas nada foi encontrado e o corpo de bombeiros achou melhor suspender as buscas" – completou.
A advogada teria alegado que haveria uma outra área em que não foi efetuada busca minuciosa por parte dos militares e até mesmo das pessoas que estava no local. "Como estamos trocando algumas ideias ai com a polícia judiciária civil que está à frente das investigações também se tiver algo de concreto algo de novo que ajude o corpo de bombeiros a reiniciar as buscas com certeza vamos reiniciar e nós somos os primeiros a estar junto com a família para tentar resolver da melhor forma possível ai o desaparecimento dessa pessoa" - concluiu o Capitão.
A mãe do homem desaparecido, dona Ceni Mariano de Souza relatou que está sofrendo muito. "Está sendo muito difícil não sei o que é dormir direito, não sei o que é comer. Falar assim eu peguei um prato de comida e sentei na mesa para comer - não, durante o dia estou mexendo está passando, mas durante à noite está difícil” – relata.
Com olhar abatido e tristeza no rosto, dona Ceni quer uma explicação do que aconteceu na mata.
- Independente da maneira que ele esteja eu preciso de uma resposta com ou sem vida. Já vão fazer 30 dias e é só sofrimento. Não acham a botina, ele está com os documentos todos no bolso, não acham uma veste dele de maneira alguma, então é um mistério - comentou dona Ceni que ainda afirmou que seu filho não tinha problema de saúde, nunca tomou remédio controlado e que o marido dela está muito abatido, e que não desconfia dos indígenas que lá residem, ao contrário, eles auxiliaram nas buscas o tempo todo.