Depois de 11 dias desaparecido, numa mata fechada, de difícil acesso, a 110 quilômetros de Juína, na direção de Vilhena, RO, foi encontrado nesta terça-feira, 18, Franklei Mesquita de Souza, de 29 anos, conhecido no círculo mais íntimo como Japão (assista o encontro com sua família).
Enquanto não chegava a Juína, conduzido pelo Corpo de Bombeiros, que deslocou equipe para a região, familiares, amigos e curiosos, se avolumaram em frente a instituição, entre o final da tarde e início da noite, num clima de alegria contagiante, virando a página de um longo período de angústia, marcado por preces em todos os credos.
“Até nos Estados Unidos tinha amigos orando para que Deus iluminasse o trabalho do corpo de Bombeiros para achá-lo com vida e saúde”, disse ao Juína News, sua mãe, Maria Elaine de Souza. “Com tantos casos de filhos que desaparecem e nunca mais são vistos, a gente dá graças a Deus por ele ser encontrado”, destacou.
Japão é pai de três filhos, sendo uma menina de 6 anos e dois meninos, de 9 e 12 anos. Cristiele Borges, sua esposa, a propósito do desfecho feliz, compartilhou que a aflição foi muito grande, quando soube que ele estava desaparecido. “Não desejo isto para ninguém, é muito difícil”, disse a respeito do tempo de espera.
Ao Juína News ela não conseguiu dar detalhes do drama vivido pelo marino, mas lembrou que ele volta para casa, em Juína, a cada 15/20 dias e só ficou sabendo do seu desaparecimento na última sexta-feira, dia 14, quando o patrão esteve em Juína e comunicou o fato.
Dinâmica da Operação dos Bombeiros
Integrando a equipe de busca, da 14ª Cia de Bombeiros de Juína, o Cabo Carvalho descreveu toda a dinâmica dos 7 dias de buscas, na margem de protocolo, e as reações de Japão ao manter contato com a equipe. Na sua leitura, foi decisivo o comportamento dele, ao perceber que estava perdido.
Ao detalhar a operação, lembrou que assim que foram informados do desaparecimento pelo Senhor Caio, na última sexta-feira, deslocaram-se para o local, a cerca de 110 km de Juína, aonde chegaram a noite. As buscas começaram no dia seguinte, num local de difícil acesso, onde conseguiram avançar com o veículo apenas cerca de 2500 metros.
Depois de longa caminhada, num percurso de mais de 10 quilômetros, chegaram ao local onde ficam acampados Japão e os companheiros, no trabalho de extração de madeira. Para dar uma noção do cenário local, o cabo Carvalho lembra que ao longo de 7 dias conseguiram mapear um raio de apenas 550 metros.
Estratégia inteligente
O final feliz, contudo, foi possível, porque ao longo dos 11 dias, Japão fez uso de uma estratégia inteligente, avançando aos poucos, no dia a dia, mas retornando sempre retornando a um ponto seguro. Num desses, inicialmente, onde havia água, ficou 6 dias. A partir do último, finalmente encontrou uma trilha, avançando para o local onde foi encontrado.
Dias de angústia
Aos bombeiros ele descreveu os dias e noites de angústia, com muita chuva. Lembrou de ter sido fundamental o fato de ter consigo um isqueiro, com o qual conseguiu fazer fogo. No período se alimentou de palmito e frutos do mato.
O encontro
Finalmente no encontro com a equipe no barro em meio a mata, por volta das 12h50 desta terça-feira, Japão não resistiu, chorando bastante, sem poder falar num primeiro momento. Mas, revelou ser de alegria, depois de tudo o que passou.
“Graças a Deus conseguimos trazer com vida para a família dele. Em nenhum momento a gente se absteve de sair de lá. Seguimos o protocolo e conseguimos realizar a missão”, disse. E a propósito do episódio observou: “Infelizmente terá uma próxima situação; que a gente tenha um final feliz como esse”, concluiu o Cabo Carvalho.
Após receber carinho da família, Franklei foi levado para a UPA 24 horas.
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