Sangue derramado, vidas perdidas e destruição de cidades inteiras. Esse é o saldo da guerra entre Rússia e Ucrânia, que teve início em 24 de fevereiro de 2022 e completa 500 dias neste sábado (8).
A essa altura do conflito, ainda não há uma previsão de cessar-fogo nem a possibilidade de um acordo de paz. Em meio à indefinição, as ofensivas têm reflexos distintos para cada um dos lados.
"Do ponto de vista da guerra, quem está fortalecido é a Rússia, que detém centenas de milhares de soldados que não vão abrir mão de suas posições", afirma o professor de relações internacionais James Onnig, da Facamp (Faculdades de Campinas). "Porém, do ponto de vista da comunidade internacional, existe apoio à Ucrânia, o que passa a impressão de que o país tem respaldo."
Desde o dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão do território ucraniano, há uma mobilização dos Estados Unidos e de países da União Europeia para enfraquecer Moscou e dar o apoio necessário a Kiev. O poder militar, político e econômico da Rússia é muito superior ao da Ucrânia, e é esse suporte do Ocidente que permite ao presidente Volodimir Zelensky seguir com seus homens resistindo no front.
Dados do relatório anual do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri), divulgados em maio de 2023, revelam que, apesar de a Ucrânia ter aumentado em 640% seus gastos militares, o país não está nem entre as dez nações que mais investem em suas forças armadas. No ano em que a guerra começou, o país teve um investimento de 44 bilhões de dólares (R$ 220 bilhões) e subiu da 36ª para a 11ª posição da lista.
A Rússia, por sua vez, aumentou seus gastos em 9%, saltando para 86 bilhões de dólares (R$ 437 bilhões). O país está entre aqueles que mais investem na área militar, com outras potências, como os Estados Unidos e a China.
Popularidade de Zelensky X crise de imagem de Putin
O líder ucraniano e o líder russo tentam usar o conflito para divulgar a própria imagem e a versão de cada um sobre a guerra para o mundo.
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, não só tem o apoio da comunidade internacional, como, ao longo de 500 dias de guerra, virou uma espécie de "popstar" na Europa.
O ex-comediante, que foi eleito presidente da Ucrânia, já discursou para as autoridades em diversos países da Europa e também para o Congresso dos Estados Unidos. Com uma boa oratória e falas que aproveitavam o contexto de cada público para dizer sobre os horrores da guerra, Zelensky ganhou enorme visibilidade.
A revista Time elegeu Zelensky a "Pessoa do Ano" em 2022. Em março do ano passado, ele e a primeira-dama, Olena Zelenska, estamparam as capas da Caras de Portugal e da revista portuguesa Nova Gente.
Fonte: R7